Na década de 1980, com o mundo pedindo o fim da ameaça nuclear, as grandes potências bélicas do mundo assinaram um Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que previa a não produção de armas deste tipo ou o lento desarmamento dos países envolvidos. Mas, em 3 de outubro de 2002, o secretário-assistente de Estado dos EUA, visitou a Coréia do Norte e divulgou suspeita de que o país mantinha ativo seu projeto de armas nucleares.
Em novembro do mesmo ano, o presidente George W. Bush suspendeu o envio de petróleo à Coréia do Norte para pressionar a Coréia do Norte a cumprir o prometido. Culpando os EUA pela crise, a Coréia do Norte afirmou que a suspensão do envio de petróleo está esgotando a reserva de energia elétrica e reativou suas instalações de energia nuclear, assustando a comunidade internacional. Logo em seguida, "o supremo comandante" Kim Jong-il mandou expulsar os inspetores da ONU e retirar todos os equipamentos internacionais de vigilância de seu território. O governo da Coréia do Norte ainda acusou Washington de estar “declarando uma guerra”.
O presidente George W. Bush, por sua vez, incluiu a Coréia do Norte em seu “eixo do mal”, juntamente com países como Iraque e Irã, provocando a revolta em Kim Jong-il. Para “surpresa” de todos, os EUA vêm utilizando uma política de cautela: Washington anunciou a disposição de dialogar, mas avisou que cederá em suas exigências. As conseqüências para a geopolítica da região, caso os EUA bombardeassem a Coréia, poderia ser trágica, pois dois importantes aliados norte-americanos (Coréia do Sul e Japão) estão na área de alcance dos mísseis norte-coreanos.
Teste de míssil norte-coreano em fevereiro de 2003
e protestos na Coréia do Sul chamando Kim de terrorista e inimigo.
De qualquer forma, o órgão de imprensa oficial do partido comunista coreano, afirmou recentemente que a retirada da Coréia do Norte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear só representou uma medida de ‘autodefesa’: “Os Estados Unidos afirmam que a República Democrática Popular da Coréia do Norte (RDPC) realiza uma política suicida para justificar sua ameaça de escalada militar e suas pressões”, mas isso, por sua vez, apenas traduziria uma ignorância política da realidade. Quanto mais os Estados Unidos ampliarem suas ameaças de escalada militar e sua pressão sobre a RDPC, mais esta endurecerá suas contramedidas como resposta.
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